Sprint animado com Piastri cada vez mais candidato e Ferrari a ferro e fogo

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Oscar Piastri venceu o GP Miami e vai demonstrando (como alguém escreveu há dias) que é um sério candidato à conquista do título Mundial de Pilotos. Para além disso, meteu a terceira seguida (algo que a McLaren não conseguia desde 1998) e ultrapassou o número de vitórias em Grandes Prémios do seu companheiro de equipa, Lando Norris. O australiano somou a sexta, enquanto o britânico apenas tem cinco. Mas, até foi consistente nesta corrida conseguindo manter o 2.° lugar no qual arrancou e ainda tentou chegar ao topo, sendo que também venceu o Sprint, mas essa mini-corrida merece mais atenção. Já Piastri tem bem mais jeito para conduzir do que para movimentos de dança. Ora vejam…

Antes de irmos a momentos bem mais animados e picantes, é necessário dar mais uma palavra para outro pódio de George Russell que assim se vai mantendo na luta pelo Mundial de Pilotos e dá à sua equipa legítimas aspirações no Mundial de Construtores – bem mais complicado. Na 4.ª posição ficou Max Verstappen que para além de ter tido o seu melhor momento na quinta-feira, pois foi pai, brilhou no campo desportivo ao garantir a pole-position com mais uma volta que já são apelidadas como ‘voltas à Max Verstappen’.

Claro que ainda é muito cedo, apenas o sexto Grande Prémio da temporada, mas a McLaren já vai cavando um fosso interessante, encaminhando-se para o bicampeonato entre os Construtores, tendo alcançado um duplo 1-2, neste fim de semana. A Mercedes vai tentando dar tudo e somando uns pontinhos, enquanto a Red Bull é uma equipa de um só carro, pois Yuki Tsunoda não consegue aproximar-se de Verstappen. A Ferrari não está competitiva e ainda vai dando, os já tradicionais, tiros nos pés.

Um Sprint espetacular devido ao tal elemento (chuva) que anima isto tudo

No segundo fim de semana com Sprint, a chuva resolveu aparecer e animou, de que maneira, as coisas. Mesmo antes do arranque, Charles Leclerc bateu num dos muros deste circuito citadino de Miami e nem começou a prova. Com a grande surpresa na qualificação, pois o ‘rookie’ Kimi Antonelli garantiu a pole position, com uma grande volta, a partida ficou marcada pela excelente prestação dos McLaren, passando ambos para a frente, sendo que mais tarde, Lando Norris beneficiou de um ‘safety car’ para alcançar a liderança e vencer este Sprint, com o seu companheiro de equipa (Oscar Piastri) na segunda posição.

Um Sprint pautado por vários incidentes, como a batida entre Max Verstappen e Kimi Antonelli, nas boxes. Isso mesmo, na paragem para troca de pneus intermédios para slicks, a equipa da Red Bull deu ordem para que o tetracampeão do Mundo arrancasse e este embateu no Mercedes, ficando com o seu monolugar danificado e, por isso, ficou fora dos pontos (uma raridade). Mas, também houve acidente entre Liam Lawson e Fernando Alonso, com o veterano espanhol a ficar, igualmente, fora da corrida. A surpresa veio da… Ferrari. Lewis Hamilton assegurou o 3.º lugar, o segundo pódio da época, depois do triunfo no Sprint da China, ou seja, parece que está fadado para estas versões mais curtas dos Grandes Prémios.

Desta mini-corrida ainda há que salientar o excelente quinto posto de Lance Stroll que demonstrou, uma vez mais, que é um especialista a conduzir sob estas condições climatéricas adversas e para o ponto garantido por Pierre Gasly, com a oitava posição, no seu Alpine.

Albon em grande e Ferrari a deixar os ‘tifosi’ a arrancar os cabelos

Para além de Oscar Piastri que arrancou da 4.ª posição e venceu este Grande Prémio de Miami, o outro piloto do dia, para mim, foi Alexander Albon que, volto a repetir, está a fazer um início de temporada absolutamente fantástico. Provavelmente impulsionado pela chegada de Carlos Sainz (piloto mais conceituado e experiente), mas a verdade é que se tem exibido a grande nível. Albon conseguiu, mesmo, o top-5, com a quinta posição e desta vez foi acompanhado nos pontos pelo seu companheiro de equipa (Carlos Sainz foi nono). Pontos preciosos para a Williams que vai consolidando o quinto posto no Mundial de Construtores.

Em sétimo e em oitavo ficaram os homens da Ferrari (novamente a desiludirem), com Charles Leclerc a somar os seis pontos e Lewis Hamilton os quatro. Mas, a corrida dos ‘cavalino rampante’ foi bem interessante, pelo menos nas comunicações – as que passaram na transmissão televisiva – que nos foram entretendo. Os pilotos da marca italiana partiram em estratégias diferentes, com o monegasco a arrancar de médios, no oitavo posto, e o britânico de duros na 12.ª posição (mais uma Qualificação para esquecer e desta feita de ambos). O sete vezes campeão do Mundo foi ganhando posições e lá ascendeu ao 8.º lugar. Depois de trocarem os compostos dos pneus, Hamilton vinha mais rápido e pediu à sua equipa para que houvesse troca de posição, de forma a continuar o bom ritmo e tentar alcançar Kimi Antonelli. A decisão tardou e originou os primeiros comentários. Hamilton começou por dizer que tinha deixado Charles passar na China, depois reiterou ao referir que não estavam a jogar em equipa e quando chegou a decisão foi mais incisivo e sarcástico afirmando para o seu engenheiro ir tomar um chá enquanto pensava no assunto. Mas, o filme não ficou por aqui, pois o britânico não conseguiu aumentar o ritmo e com os pneus duros a ficarem mais eficazes, com o decorrer das voltas, chegou a altura de Leclerc ir ao rádio sugerir nova troca de posições (demorou, mas não tanto como a anterior), no entanto ao deixar passar o seu companheiro de equipa, Hamilton foi avisado que ficou com Carlos Sainz a somente 1,5 segundos ao que o multicampeão mundial respondeu: “Querem que o deixe passar, também?” Ambiente bem bom pelos lados de Maranello (ehehehehe).

Não podia deixar de acabar esta crónica sem mencionar a melhor apresentação de pilotos – ‘Drivers Parade’ – da história da Fórmula 1. Os atletas percorreram a pista em carros de Lego à escala real e foi um fartote. Melhor é ver o vídeo da perspetiva de Lewis Hamilton.

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