Antes de mais, uma breve apresentação. Neste meu espaço, ‘Peão é à roda” vou explorar a paixão pela Fórmula 1, pelo desporto automóvel e por carros, sempre com um tom irónico e com um toque de humor (pelo menos, assim espero). Vamos, então, à crónica do Grande Prémio de Monza.
Domingo à tarde, depois de um belo almoço, refastelado no sofá para assistir ao arranque da corrida, como sabem é um dos momentos mais emocionantes de um Grande Prémio, e não é que na volta de formação, que na sua essência serve para aquecer os pneus, o Alphatauri de Yuki Tsunoda decide aquecer, mas não foi bem nos pneus… O piloto japonês parou o monolugar que deitava fumo, fazendo antever um problema grave com o veículo. E assim foi. Yuki nem sequer partiu para o GP de Monza e obrigou a partida a ser adiada, assim como a uma nova volta de formação. Esta foi a segunda vez que o nipónico nem sequer arrancou em Itália, ele que até tem sido dos pilotos mais entusiasmantes da temporada, estando a crescer e a tirar o máximo de um pouco fiável Alphatauri.
Vamos então para a parte em que os semáforos vermelhos se apagam. Carlos Sainz, perante os ‘tiffosi’ da Ferrrari, arrancou da pole-position após uma volta canhão no sábado. O piloto espanhol conseguiu algo inédito nesta temporada 2023 de Fórmula 1 e prepare-se que este dado é chocante! Sainz foi líder durante 14 voltas, algo que mais ninguém conseguiu, para além dos homens da Red Bull. Já vamos à parte em que ganha sempre o mesmo e isto é uma seca. Pois bem, aqui também vou procurar mostrar que um Grande Prémio é muito mais do que apenas para ver quem ganha… Continuando, Carlos Sainz Júnior (para ser exato) aguentou a pressão de um tal de Max Verstapen o máximo de tempo que conseguiu, mas acabou por ceder ao poderio do RB19. Depois, o espanhol procurou travar uma luta com Sérgio Perez, mas que à partida estava perdida. Todos sabíamos, menos Sainz…
Então, na parte final da corrida, Carlos Sainz seguia em 3.º e o seu companheiro de equipa, Charles Leclerc, estava bem próximo na 4.ª posição. A vontade era tanta de dar um pódio aos milhares de adeptos da marca do ‘Cavalino Rompante’ que esgrimaram argumentos, correndo o risco real de nenhum terminar o Grande Prémio. Um espetáculo até bonito de se ver na televisão e acredito que ao vivo também, mas completamente desnecessário, essencialmente, por parte do piloto monegasco que tentou tirou o pódio ao companheiro de equipa. Aliás, mesmo antes da última volta, há uma indicação clara da equipa para os pilotos para que evitassem riscos, traduzindo: Fica tudo como está. Mas, ainda assim, Leclerc fez uma última investida queimando a travagem e foi por pouco que não se deu uma colisão entre os Ferrari. Tirando a matreirice de Charles e a clara desobediência das ordens da equipa, a marca de Maranello conseguiu um resultado bastante positivo, com o 3.º e 4.º lugares, somando pontos vitais na luta pela melhor posição possível no mundial de construtores. Aliás, ultrapassaram a Aston Martin e estão agora na 3.ª posição.
Aos microfones da Sky Sports, Charles Leclerc disse o seguinte: “Assim é que deve ser uma corrida. Fez lembrar os tempos dos kartings, no quais andávamos todos nos limites.” Tudo muito giro, mas a ordem dada foi clara e o teu companheiro de equipa tinha o pódio mais que assegurado, para além do facto de que ele teve a lutar com dois monolugares bem mais competentes, durante bastantes voltas, enquanto o senhor do principado assistia no seu ritmo de cruzeiro…
Avancemos para o erro, claro, de Lewis Hamilton com Oscar Piastri. Para tentar explicar, os pilotos estavam a iniciar o ‘stint’ do segundo jogo de pneus, o britânico com médios e o australiano com duros, quando se encontram em luta por posição, com Hamilton (com mais ritmo, os McLaren ficarem um pouco aquém em Monza) a tentar ultrapassar Piastri. A verdade é que o piloto da Mercedes consegue ganhar posição, mas depois, simplesmente, não sai da frente do monolugar de Piastri, provocando um toque de pneus e obrigando ambos a dirigirem-se para a escapatória. Uma manobra que custou pontos ao piloto da McLaren e permitiu a Hamilton partir para cima de Lando Norris e mais tarde de Alex Albon. A ressalva tem de ser feita, já que o sete vezes campeão do Mundo, mal saiu do carro no final da corrida foi ter com Piastri para lhe pedir desculpa, mas este é mesmo um caso para a velha máxima de que as desculpas evitam-se, sendo mesmo literal para esta situação. Completamente evitável, numa manobra demasiado arriscada (verdade que foi penalizado em cinco segundos e já lá vamos), por parte de um piloto que sabe muito mais que isto. O já lá vamos relativo à penalização prende-se pelo facto de Lewis Hamilton ter terminado no 6.º posto (arrancou de oitavo) e, sensivelmente, nas últimas três voltas, após ultrapassar o indomável Alex Albon, fez de tudo para evitar descer de posição devido aos cinco segundos a mais que sabia que ia ter. E conseguiu… Chapéu retirado!
Umas notas finais para certas e determinadas situações que ocorreram no GP de Monza. Obviamente, a primeira tem de ser para mais uma vitória de Max Verstapen, a décima consecutiva, sendo um recorde na Fórmula 1, superando a série ganhadora de Sebastian Vettel, igualmente na Red Bull, com nove. Registo espetacular de um piloto que está aí para marcar uma geração, sendo já um dos melhores de sempre. Depois, os parabéns à equipa austríaca pela ‘dobradinha’. Finalmente, Perez parece ter acordado e está a colocar-se no lugar em que devia estar sempre e até mesmo na luta pelo triunfo nos Grandes Prémios. Também não percebo como um piloto de corridas se amedontra com um acidente…
Mais uma grande corrida para Albon, no Williams, com um honroso sétimo lugar. Em nono ficou Fernando Alonso, com o velhinho (sempre com respeito) a tirar tudo e mais alguma coisa do Aston Martin para assegurar mais dois pontos (muito importantes para o mundial de pilotos). Um feito ainda mais assinalável, quando comparado com o 16.º posto de Lance Stroll (a ver navios mais uma vez). Ponto, igualmente, importante para Bottas e para a Alfa Romeo, com a décima posição (finalmente também é adequado). Mais uma salva de palmas para o estreante (somente na sua segunda corrida), Liam Lawson que colocou o Alphatauri à portinha dos pontos, terminando em 11.º.
Outro péssimo domingo para a Haas, com Magnussen e Hulkenberg a serem os últimos pilotos a verem a bandeira de xadrez. Mas, não foi só a marca norte-americana que viu os outros passar em Itália, pois a Alpine também parece que não foi a Monza fazer nada. Gasly, depois do pódio nos Países Baixos, fez 15.º e Esteban Ocon teve um colapso tal que no final da corrida todos os comentadores perguntavam o que lhe tinha acontecido. Abandonou mesmo… O andamento dos Alpine era tão entusiasmante que a realização televisiva nem mostrou a ida de Ocon para as boxes e Gasly também pouco apareceu.
O digestivo do Pawnfessor X
Para desanubiar das emoções da categoria rainha do desporto automóvel, vou deixar sempre uma sugestão/apresentação de um automóvel. Neste caso vou deixar aqui o novo Mini Cooper que apenas vai ter versões elétricas e que começa a ser produzido em janeiro de 2024. Nesta quinta geração do modelo de três portas, o icónico automóvel vai contar com as versões Mini Cooper E e Mini Cooper SE. No primeiro, o veículo conta com 184 cavalos de potência e uma autonomia a rondar os 305 quilómetros. Já na versão SE, a mais potente, o automóvel conta com 218 cv e cerca de 402 km de autonomia. O ‘E’ espera-se que acelere dos 0 aos 100 km/h em 7,3 segundos, enquanto o ‘SE’ em somente 6,7 segundos. No interior, os dados do veículo podem ser consultados e ajustados num ecrã touch circular de 9,4 polegadas, sendo que a mesma funciona com o sistema operativo ‘Mini Operating System 9’ que é baseado no Android Open Source.