Max Verstappen e a Red Bull não venceram o Grande Prémio da Austrália (a notícia está dada, fico por aqui). Só uma brincadeira! A corrida no outro lado do Mundo, que obrigou os fãs europeus a madrugar ou a deitar-se tarde (como foi o meu caso), teve um início bem interessante e, claro, o vencedor não fugiu mais que três segundos ao 2.º classificado. A vitória foi para um piloto que ainda nem tem lugar garantido na grelha do próximo ano e que há duas semanas não participou no GP Arábia Saudita, pois teve de remover o apêndice de urgência. Falo, claro está, de Carlos Sainz Jr. que vem demonstrando toda a sua qualidade, resiliência e vai fazendo crescer água na boa nas equipas que procuram piloto para 2025.
Para gáudio de todos os ‘tiffosi’ do Mundo, a Ferrari voltou a ser a equipa que terminou com o domínio da Red Bull (esta temporada bem mais cedo que na anterior), conseguindo mesmo o 1-2 na Austrália, com Charles Leclerc a ficar logo atrás do companheiro de equipa. Um Grande Prémio que ficou, inevitavelmente, marcado pela desistência do tricampeão do Mundo Max Verstappen, logo na 4.ª volta com um problema no travão traseiro da roda direita. Logo aí se percebeu que se podia assistir a uma corrida bem diferente.
Com esta desistência, Carlos Sainz ‘saltou’ para a liderança e nunca mais a abandonou. No entanto, ainda havia mais um Red Bull em pista. Apesar de a equipa ter referido que Sérgio Pérez também sentiu problemas com o seu monolugar, a verdade é que ficou mais uma vez provado que o mexicano não consegue tirar o maior proveito deste carro, como faz o seu companheiro neerlandês. Ainda uma palavra para mais um pódio de Lando Norris, com o 3.º lugar e para a boa corrida dos McLaren, pois Oscar Piastri (que correu em casa, tal como outro piloto, mas já lá vamos) terminou na 4.ª posição, deixando o tal ‘2.º Red Bull’ no 5.º posto. Nota, igualmente, para outra desistência precoce, no caso de Lewis Hamilton que continua numa batalha intensa com o seu Mercedes, admitindo mesmo que este está a ser o arranque de temporada mais complicado de sempre na sua carreira!!! Já me alongo mais sobre a Mercedes que ainda mete Alonso no meio e um acidente aparatoso…
Um pequeno nipónico a mostrar como se faz
Antes de irmos, então, a mais uma desistência, vamos primeiro analisar aquela corrida que, na nova maneira de ver Fórmula 1, tem uma relevância extrema (a luta pelo pontinho). Na batalha entre as equipas fora do top-5 que se formou atualmente (Red Bull, Ferrari, Mercedes, McLaren e Aston Martin), tivemos mais uma mostra de qualidade do pequeno ‘porta-chaves’ (brincadeira) japonês. Yuki Tsunoda fez uma grande corrida e garantiu seis pontos para si e para a V-Card que já lidera esse ‘segundo pelotão’. Mais importante ou interessante que isso são as constantes lições que vai dando ao companheiro e vencedor de grandes prémios, Daniel Ricciardo que mesmo correndo em casa voltou a desiludir bastante. O ‘palhaço’ da grelha já começa a ver o seu nome associado a uma possível saída, já que Liam Lawson está na garagem à espera da sua oportunidade.
Também destaque para mais uma boa prova para a Haas que conseguiu colocar os dois pilotos no top-10 (pontos), com Nico Hulkenberg no 9.º lugar (2 pontos) e Kevin Magnussen em décimo (um ponto). Assim, mesmo tendo visto a V- Card a passar-lhes à frente no Mundial de Construtores, a marca norte-americana vem dando provas de estabilidade e de que deve ser levada a sério nesta luta.
Uma palavra para Logan Sargeant, pois merece. O piloto da Williams viu a sua equipa tirar-lhe a possibilidade de competir e isso para estes pilotos deve ser mesmo uma facada enorme. Nos treinos livres, Alex Albon bateu com o seu monolugar e a equipa, profissional como é, não tinha peças na Austrália para reparar o carro. A decisão foi, então, de colocar o piloto com licença tailandesa no veículo de Sargeant e este falhou o Grande Prémio.
Outra desistência, mas com o ‘maroto’ Alonso
Para quem me vai seguindo, sabe que aprecio Fernando Alonso, mas que ele tem um feitio complicado e por vezes um lado competitivo demasiado permissivo, ou seja, na perspetiva do vale-tudo, também é verdade. Nesta prova australiana, até tendo em conta o que se passou depois da corrida, causou um acidente feio e que podia ter tido consequências bem mais graves.
Na batalha pelo sexto lugar, nas últimas voltas, George Russell vinha bem rápido no seu Mercedes e apertava cada vez mais com o Aston Martin de Alonso. A uma volta do final, o piloto espanhol faz um dos seus, infelizmente, famosos ‘break-test’ e o britânico não conseguiu segurar o seu monolugar embatendo com violência nas proteções laterais, mas mais grave que isso, ficando capotado no meio da pista. As consequências podiam ter sido bem piores. Não aconteceu nada e o Virtual Safety Car foi suficiente para que Russell saísse do carro ileso. Após a conclusão da prova, os comissários analisaram a situação e penalizaram o espanhol em 20 segundos que caiu para a 8.ª posição. Aparentemente, Fernando Alonso travou duas vezes, antes de abordar a curva e provocou o despiste. Mal velhote, muito mal!!!