A primeira mão da Final da Liga dos Campeões disputa-se hoje. Como assim, hoje? Como assim a primeira mão? É. Há partes do mundo que pensam diferente do padrão europeu e que (ainda) não se vergaram à influência ocidental. Pela Ásia, a Liga dos Campeões é dividida em duas zonas e na final o vencedor da zona Este defronta o da zona Oeste. E a final é a duas mãos. A primeira na casa do Yokohama F. Marinos (Japão). A segunda – e onde se entrega a taça – no estádio do Al Ain (Emirados Árabes Unidos).
A diversidade cultural da Ásia é plenamente demonstrada nesta competição, em que aquilo que une as pessoas, neste caso o futebol, é muito superior ao que as separa. Seja a língua, as horas a que costumam acordar, ou como se vestem. Ver as bancadas de um estádio japonês com cerca de quatro mil adeptos emiratis, vestidos a preceito, é um excelente cartão postal para uma competição que faz muito mais que gabinetes ministeriais sobre a coabitação entre povos.
Quanto ao jogo… A primeira mão serve de aperitivo para a segunda, que se disputa a 25 de maio. Por isso segue apenas uma breve apresentação das duas equipas que nela participam.
O Yokohama F. Marinos vale pelo seu coletivo. O seu jogador mais valioso, segundo o Transfer Market, é Anderson Lopes, um brasileiro estimado em 1,8 milhões. Na frente desse coletivo surge Harry Kewell, um antigo avançado australiano que se destacou no Leeds de Inglaterra, na década de 90 do século passado. Na liga janonesa ocupam a 13ª posição, com 11 de 38 jogos disputados.
No museu ostenta cinco trofeus de campeão do Japão, sete Taças do Japão, uma Taça da Liga, uma Supertaça e duas Asian Cup.
O Al Ain é orientado pela antiga estrela argentina, Hernan Crespo, segundo treinador da época. Ocupa o terceiro lugar no campeonato local, com remotas hipóteses de se sagrar campeão. Perdeu a final da Taça da Liga e foi eliminado na President Cup nos quartos de final. A principal estrela da equipa era Kodjo Laba. Era até aos quartos-de-final da atual prova onde o marroquino Soufiane Rahimi rubricou quatro exibições memoráveis, sendo ele o rosto que eliminou Cristiano Ronaldo e Jesus da Liga dos Campeões Asiática.
O currículo do Al Ain é mais recheado do que o dos japoneses. Já venceram a Liga dos Campeões (2003). A nível doméstico sagraram-se 14 vezes campeões nacionais, conquistaram sete Taças do Presidente, cinco Supertaças e duas Taças da Liga.