Príncipe quebra maldição e aumentam expetativas para temporada animada

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No 8.º Grande Prémio da temporada tivemos o quarto vencedor diferente e, tal como tinha previsto após Emilia Romagna, abrem-se as expetativas para, eventualmente (também não me vou atravessar assim), termos um campeonato de Fórmula 1 bem mais animado e, possivelmente (ninguém coloca o pescoço em lado nenhum, por aqui), uma luta pelo título até ao final. Se tiver que ser nas últimas curvas como em 2021 (venham de lá os fãs de Max e de Lewis) que seja…

Nisto tudo, apenas falta dizer que Charles Leclerc ganhou, finalmente, em casa, no GP do Mónaco, sendo o primeiro monegasco a fazê-lo, quebrando assim uma maldição bem antiga e também pessoal, pois nos últimos anos não obteve grandes resultados a correr em casa. Assim, o ‘príncipe’ do Mónaco junta-se a Max Verstappen, Carlos Sainz e Lando Norris, como vencedor de um Grande Prémio nesta temporada de 2024.

Foi à maquinista, mas houve boas surpresas

A vitória de Charles Leclerc, pode muito bem dizer-se, que foi à maquinista (sendo o líder do comboio), já que (também não é novidade nenhuma) é muito complicado ultrapassar no traçado citadino, cheio de glamour, das ruas do Principado. Mas, o mérito também esteve na Qualificação, fazendo saltar à vista o facto de ser sempre bom referir que é um fim-de-semana de Grande Prémio e não apenas a corrida de domingo. O piloto da Ferrari foi o mais rápido contra o relógio, numa volta canhão e, assim, ganhou a natural vantagem de partir da primeira posição no Mónaco.

Tendo em conta a Qualificação, também se antecipavam algumas surpresas e aconteceram mesmo. Alex Albon somou o primeiros pontos da temporada, no Mundial de Pilotos e também para a Williams no Mundial de Construtores (dois pontos da 9.ª posição), deixando a Stake como a única equipa que ainda não pontuou na presente temporada. Também Pierre Gasly amealhou um pontinho do décimo posto, sendo o seu primeiro da época e deu mais um à sua equipa, igualando o feito do companheiro (não sei se será o termo correto) que também tinha sido 10.º em Miami. Esta dupla de pilotos franceses da Alpine não se entende, nem por nada, tendo protagonizado um dos episódios mais caricatos da corrida. Ocon pensou que o melhor, numa pista em que há muito pouco espaço para colocar dois monolugares lado-a-lado, seria atacar a posição (nos pontos) do seu parceiro e, literalmente, subiu-lhe pelo carro acima. A sua corrida terminou aí, pois danificou bastante o seu Alpine e, felizmente, não aconteceu nada de mais ao de Gasly… Enfim!!! Talvez por isso, a marca gaulesa já pense em desfazer a dupla e o nome de Mick Schumacher começa a surgir nos rumores do paddock.

Claro que, assumindo o risco total de ser repetitivo ao longo de toda a temporada, não posso deixar escapar mais oportunidade para salientar mais uma grande exibição de Yuki Tsunoda no seu V-Card, alcançando a oitava posição e mostrando-se, cada vez mais, à casa-mãe (Red Bull) que por esta altura já vai fazendo contas à vida de Sérgio Pérez…

Um arranque à F1 mas ainda bem que foi com estes carros

Os arranques na Fórmula 1 são, por norma, dos momentos mais emocionantes de um Grande Prémio e no Mónaco foi mesmo! Várias incidências, sendo que a que ocorreu mais tarde já foi explicada acima. Mas, o acidente que marcou este arranque foi violento, pode arrepiar, e demonstrou que estes monolugares são realmente seguros para os pilotos. Ficam as imagens, impressionantes.

Ainda bem que Sérgio Pérez saiu ileso deste aparatoso acidente, mas o fim-de-semana do piloto mexicano encaminhava-se para ser, mais uma vez, sofrível. Depois de uma Qualificação em 16.º, Pérez ia penar bastante pelas ruas do Mónaco. Com o contrato a terminar e com um pequeno nipónico a mostrar, corrida após corrida, que é um piloto a ter em conta, não se adivinha continuidade na carreira do mexicano.

A outra incidência, logo após o arranque, podia ter complicado e muito a vida da Ferrari e até a vitória de Charles Leclerc, mas o acidente e a consequente bandeira vermelha salvaram Carlos Sainz e a Scuderia. O piloto espanhol, que partiu da 3.ª posição, tinha duas missões para este Grande Prémio, a primeira passava por ‘apertar’ com Oscar Piastri, de forma a que o seu companheiro de equipa ganhasse vantagem confortável na frente e a segunda por servir de tampão a Lando Norris que com ‘safety car’ ou estratégia arrojada ainda podia atacar o primeiro lugar. Pois bem, logo na primeira curva, Carlos Sainz queimou a travagem e na segunda curva saiu em frente. Ia ficar mesmo na última posição, mas a bandeira vermelha saiu antes de se ter completado uma volta e o espanhol voltou a arrancar do 3.º lugar, fazendo uma corrida consistente e assegurando mais um pódio para a Ferrari.

Para já, está bem bom!

Com novo triunfo, mas especialmente com o 6.º lugar (pois é, ainda não tinha mencionado) de Max Verstappen as contas de ambos os campeonatos (Pilotos e Construtores) voltaram a animar. A Red Bull não teve um fim-de-semana feliz, mas na Qualificação, o piloto neerlandês até deu o ar da sua graça, como habitualmente, no entanto na sua última tentativa de volta rápida deu um toque numa das barreiras e arrancou (e terminou, claro está) da 6.ª posição.

Assim, no Mundial de Pilotos, Charles Leclerc está agora a 31 pontos da liderança. Lando Norris subiu ao 3.º lugar e Carlos Sainz ao 4.º, deixando Sérgio Pérez com o quinto posto.

No Mundial de Construtores a diferença entre primeiro e segundo é ainda menor, com somente 24 pontos a separarem a Red Bull da Ferrari e com um terceiro lugar bem consistente da McLaren. A Mercedes aparenta ser mesmo a 4.ª melhor equipa para esta temporada e a Aston Martin vai tendo dificuldades para se esgrimir com este grupo da frente. A V-Card, muito graças a Tsunoda, é claramente a melhor do denominado 2.º pelotão, com a boa surpresa da Haas e também com os pontos já somados pela Williams e pela Alpine. Tudo aumenta o interesse nos próximos Grandes Prémios, sendo que a continuar assim (e só podemos desejar isso mesmo) vão criar cada vez maior ansiedade para cheguem rapidamente.

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