Ao 11.º Grande Prémio da temporada 2024 tivemos o quinto vencedor diferente (esquecendo a pontuação do campeonato de pilotos e construtores), digam lá se não estamos a ter um ano bem interessante. Mas, a vitória de George Russell e da Mercedes (sim, a marca alemã regressou aos triunfos) pode muito bem dizer-se que caiu do céu. No entanto, a sorte e o estar no sítio certo à hora certa fazem parte do desporto, especialmente, nas corridas de automóveis.
Uma situação tão inesperada para a Mercedes que Toto Wolf, o diretor de equipa, abriu a via de rádio para George Russell, gritando: “Podemos ganhar isto, George! Podemos ganhar isto!” Ao que o piloto respondeu: “Deixa-me guiar!” (não foi tão polido, mas não abusemos). Sendo que no final, Russell confessou mesmo que teve de segurar o seu monolugar, pois os berros de Toto quase fizeram com que se despistasse…
Vamos, então, ao ‘salero’ desta corrida na Áustria, casa da Red Bull (já estavam a salivar, não?!?). Em fim-de-semana de Sprint, com Max Verstappen a vencer com à vontade e depois a fazer uma volta, completamente numa liga à parte, na Qualificação, tudo indicava que ia haver ‘passeio’ para o tricampeão do Mundo. Nos primeiros dois terços da corrida foi, exatamente, isso que aconteceu, depois de ter feito mais um excelente arranque. Max construiu a sua vantagem habitual, mas nunca superou os oito segundos. Pois bem, na segunda troca de pneus, erro (coisa rara) da Red Bull na execução demorando perto de seis segundos para trocar as quatro rodas do monolugar número 1. Lando Norris e a McLaren, que fizeram marcação cerrada, entraram ao mesmo tempo para trocar de pneus e com o atraso da Red Bull, Norris ficou a escassos dois segundos do primeiro classificado. Aqui começou, ou melhor, regressou o velho Max. Primeiro deixo as imagens e, depois, como sempre, vou dar a minha opinião.
Agressividade de Max deu frutos e o exemplo de Piastri
Já viram as imagens? Mas, estas são apenas algumas, pois esta luta (bem-vinda, obviamente, para termos emoção) ainda durou umas quatro ou cinco voltas, até ao desfecho final que serviu – adivinhem lá? – melhor Max Verstappen. Durante essas voltas, Norris foi tentando a ultrapassagem e, para mim claro, o tricampeão do Mundo foi sempre tapando o caminho pisando o risco da ilegalidade, pois não pode mover o monolugar em zona de travagem, precisamente, para se evitarem colisões. Na última manobra fica bem claro que o homem da Red Bull deixou o carro ir para esquerda de propósito e que Norris perdeu a paciência e deixou-se ir em frente. Resultado: bateram, pois claro! Com isto tudo, ambos furaram pneus, com o piloto britânico a ser obrigado a abandonar e com o neerlandês a conseguir chegar às boxes, trocar para pneus macios e ainda arrecadar os 10 pontos da quinta posição. Somando ao triunfo do Sprint, Max conseguiu aumentar a vantagem do Mundial de Pilotos para Norris e Leclerc que nem pontuou, enquanto Sainz foi ao pódio com o 3.º lugar (perdoem-me, mas falo da Ferrari em outra altura…).
Com a agressividade de Max a dar frutos, num regresso daquele piloto que aparenta (sublinho aparenta) pensar que só ele é que sabe conduzir, pois não é necessário puxar muito pela memória para nos lembrarmos de todas as temporadas antes de 2021 e essa inclusive (épicas batalhas com Hamilton e todos sabemos como terminaram muitas delas e depois o campeonato…). Porém, nesta corrida, também Lando Norris podia ter tentado algo de diferente, tal como vou mostrar a seguir, fazendo a ressalva que Piastri não estava a enfrentar Max Verstappen, nem um Red Bull, mas fica aqui uma bela ultrapassagem, num ponto até pouco utilizado para isso mesmo.
Haas volta a ser grande em mais uma boa corrida da Alpine e de… imagine-se Daniel Ricciardo
Como habitualmente, a corrida não foi apenas boa ou menos boa na frente, pois no denominado segundo pelotão (Leclerc nem sequer lá chegou… Nem a Aston Martin, já agora) houve vários motivos de interesse e excelentes prestações que contribuíram com pontos preciosos para as respetivas equipas. Obviamente, a primeira menção vai para a Haas e para os dois pilotos, vejam bem. Nico Hulkenberg conseguiu um excelente sexto lugar e os consequentes oito pontos, enquanto Kevin Magnussen foi oitavo (4 pontos), pelo meio ficou Sérgio Pérez (é verdade, o piloto mexicano continua sem se entender com o seu Red Bull). Fácil, fácil, como referiu Nico (personagem!).
A segunda menção honrosa vai para Daniel Ricciardo que, finalmente, esteve muito melhor que o seu companheiro de equipa, Yuki Tsunoda e contribuiu com dois pontos para a V-card, graças ao excelente 9.º lugar. Por último, mais uma boa prestação da Alpine que vai ganhando embalo para o que resta da temporada. Pierre Gasly fechou o pontos com o décimo posto e Esteban Ocon foi 12.º, mas mais uma vez, não conseguiram evitar nova batalhazinha em pista. Estes dois…