Here we go! (como diria o outro). Ao 12.º Grande Prémio da temporada, o sexto vencedor diferente – melhor era, quase, impossível -, apesar de não significar muito na luta pelo título mundial, a verdade é que cada fim-de-semana é, agora, muito mais entretido. Em Silverstone, no GP Reino Unido, sorriu um homem da casa, num regresso aos triunfos há muito esperado. Sir Lewis Hamilton voltou a ganhar uma corrida de Fórmula 1, 945 dias depois. Desde 2021, quando perdeu o campeonato nas últimas curvas, que o sete vezes campeão do Mundo não sentia o gosto da champanhe no degrau mais alto do pódio. Um regresso que acontece em casa para o miúdo nascido em Stevenage que, assim, voltou a bater recordes, sendo que os mais relevante (para mim, claro) é o de se ter tornado no piloto com mais vitórias num só circuito, tendo atingido as nove em Silverstone, ultrapassando os oito triunfos do enorme Michael Schumacher, em Magny-Cours, França.
Um feito que resultou de uma boa estratégia, por parte da Mercedes, assim como de uma condução exímia do piloto britânico (39 aninhos), especialmente, nas últimas doze voltas com pneus macios, assim como na leitura das condições climatéricas. Claro que também beneficiou das circunstâncias da corrida, mas isso faz parte… Um feito que o próprio ansiava há muito tempo e que a marca alemã desejava, pois são já dois Grandes Prémios consecutivos para a Mercedes, após a vitória de George Russell, na Áustria. Uma excelente execução e um momento emotivo que até levou Max Verstappen a cumprimentar (como tem de ser) o rival – essencialmente em 2021 -, pela vitória. Ora vejam!
Uma chuvinha é sempre bem-vinda no azar de Russell
O Grande Prémio Reino Unido ficou, inegavelmente, marcado pela aparição, em duas ocasiões, da chuva e como esta faz falta numa corrida de automóveis. Aqui, as estratégias mudam na hora, com pilotos e equipas a serem decisivos para o resultado final. Pois bem, só vou falar na primeira chuvinha, porque a Ferrari (sim, outra vez), mas também a Red Bull falharam redondamente, sendo que não foi percetível se os pilotos tiveram influência. Ora, enquanto se ouvia os áudios de Lewis Hamilton e Max Verstappen, a dizerem aos respetivos engenheiros que a pista ainda estava demasiado seca e o melhor seria sobreviver ao aguaceiro com os pneus slicks, Sérgio Pérez e Charles Leclerc (de entre os que podiam ambicionar outros lugares) foram para as boxes e colocaram pneus intermédios. Um erro colossal que se traduziu em mais duas corridas para esquecer, para ambos…
Já no segundo momento de chuva, em que caiu com maior intensidade, a Red Bull, a Ferrari e a Mercedes executaram muito bem os planos, com a McLaren a ter o primeiro descuido. Max Versatappen e Carlos Sainz mudaram de pneus na volta correta e foram ganhando tempo – em apenas uma volta – aos concorrentes. A Mercedes parou a seguir e, bem, com uma dupla paragem, ou seja, chamando os dois carros, na altura primeiro e terceiro, ao mesmo tempo, mantendo-os na mesma posição em pista. Já a McLaren apenas chamou Lando Norris e Oscar Piastri ficou a penar, literalmente (perdendo 10 a 20 segundos por volta), tendo sido muito prejudicado na sua corrida por esta estratégia, terminando na 4.ª posição, quando podia ter chegado ao pódio.
Com isto tudo, o azar bateu à porta de George Russell com o homem que tinha feito a pole-position e que estava bem encaminhado para vencer, ou pelo menos terminar no 2.º lugar, a ser obrigado a desistir com um problema no circuito de refrigeração do seu monolugar.
Aqui já ficaram várias das circunstâncias que determinaram o resultado final deste GP Reino Unido, às quais ainda se junta mais uma, em nova má opção por parte da McLaren. Com a pista a ficar seca para, sensivelmente, as últimas 15 voltas, Lewis Hamilton que já liderava foi às boxes e colocou pneus macios usados, sabendo que os tinha de poupar e manter o ritmo. Lando Norris entrou logo a seguir e colocou, igualmente, macios usados, mas o britânico da McLaren tinha de ir atrás e arriscar, como se vê na sua saída das boxes.
Lando Norris não conseguiu chegar perto de Hamilton e ainda ficou à mercê do tricampeão do Mundo, Max Verstappen, que optou por colocar pneus duros, numa jogada arrojada, mas que resultou bastante bem. A Red Bull e Max sabiam que tinham de apertar o ritmo nessas últimas voltas e colocaram o composto que se degrada menos e assim tiraram proveito, passando por Norris e agarrando o 2.º lugar, sendo que ainda se aproximou bastante de Lewis Hamilton terminando a somente 1,5 segundos do vencedor – que tinha de poupar os pneus, também tem de ser dito. Com isto tudo e tal como sucedeu na Áustria, nas contas finais para o campeonato, o principal beneficiado foi, claramente, Max Verstappen que voltou a ganhar vantagem a Norris e a Leclerc. “É assim que se ganham campeonatos!”
Hulkenberg volta a brilhar no ‘regresso’ dos Aston e numa boa aproximação da Mercedes
Nico Hulkenberg está a realizar uma temporada extraordinária na Haas e assegurou novo sexto lugar no GP Reino Unido, depois de ter alcançado exatamente a mesma posição na Áustria. Sozinho garantiu 16 pontos para a sua equipa, aos quais se somam mais quatro de Magnussen na corrida anterior e a Haas fez 20 pontos em duas provas. WOW!!!
Com isto, Hulkenberg que para o ano vai correr na Stake já leva 22 pontos no Mundial de Pilotos, estando na 11.ª posição a somente um ponto do top-10 que é fechado por Lance Stroll. Pegando na Aston Martin, caso para dizer: ‘Bem-vindos!’. A marca britânica conseguiu voltar a colocar os dois carros nos pontos, nesta 12.ª prova da temporada, com Stroll (7.º) à frente de Alonso (8.º).
Ainda mais umas palavras para Alexander Albon que voltou a dar pontos à Williams ao conseguir um extraordinário nono posto e os consequentes dois pontos. Mas, também (novamente, esta temporada), para Yuki Tsunoda que garantiu o ponto com o décimo posto para uma V-card que tem vindo a baixar, bastante, de rendimento. Apesar de não terem entrado nos pontos, tenho de destacar as boas corridas de Logan Sargeant (ainda não foi desta) que ficou com o 11.º lugar e também de Kevin Magnussen com o 12.º posto.
Entretanto, o Mundial de Construtores ficou um pouco mais animado, com a aproximação da Mercedes aos lugares do pódio. Mesmo com a desistência de George Russell, a marca alemã descolou completamente da Aston Martin e voltou a intrometer-se pelos primeiros lugares (ainda está longe) do campeonato.