George, o levezinho e Hamilton, o conquistador, antes da pausa de verão com Sainz já com assento

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A 14.ª prova da temporada 2024 de Fórmula 1 ficou, inevitavelmente, marcada por algo tão insólito que para se encontrar algo semelhante é necessário recuar 30 anos. O vencedor do Grande Prémio da Bélgica, em pista, foi George Russell que arriscou numa estratégia de apenas uma paragem e tirou os dividendos disso mesmo. No entanto, tal opção pode ter significado o que se passou, sensivelmente, 40 minutos depois de ter sido o primeiro a receber a bandeira de xadrez. O piloto britânico da Mercedes acabou por ser desclassificado, pois o seu monolugar tinha menos 1,5 kg que o peso mínimo regulamentado, algo que a marca apenas reconheceu como um erro, mas ainda não revelou a causa (pode muito bem ter sido o desgaste excessivo dos pneus… apenas especulação!)

Com esta desclassificação, a Mercedes perdeu o 1-2, pois Sir Lewis Hamilton foi o segundo em pista e acabou por ser consagrado como o vencedor – apenas o seu triunfo número 105 (coisa pouca…) -, com Oscar Piastri que fez uma bela corrida a assegurar o segundo posto e Charles Leclerc a garantir o pódio, após um Grande Prémio consistente. Pode parecer estranho, mas Max Verstappen voltou a ficar fora do pódio, mas ainda mais inacreditável é que ganhou pontos ao mais direto adversário, na luta pelo Mundial de Pilotos, pois ficou no 4.º posto e Lando Norris, em 5.º, ou seja, aumentou a vantagem em dois pontos.

Tal como temos referido nos últimos textos – apesar dos Grandes Prémios estarem a ser bem entretidos -, a luta pelo Mundial de Pilotos não aparenta tornar-se muito intensa, já o título de Construtores promete e muito. A Red Bull continua com o problema Sérgio Pérez que na Bélgica conseguiu uma qualificação ao nível do monolugar que tem em mãos, com o 2.º lugar, após a descida de dez posições do seu companheiro de equipa, por ter feito (de novo) alterações na unidade de potência. Mas, apesar de ter saído na frente da grelha, o piloto mexicano não foi além de um sétimo lugar (subiu um posto com a situação de Russell) na corrida… Muito aquém, mas para já tudo indica que vai continuar com o seu lugar até ao final da presente temporada.

Duas ultrapassagens de excelência para um ‘velhote’ e um jovem

De forma a ficarmos com boas recordações desta grandiosa modalidade, o Grande Prémio da Bélgica deu-nos boas ultrapassagens, mas vamos aqui destacar duas e guardar na memória, até ao regresso da Fórmula 1, no final do mês de agosto, em Zandvoort, nos Países Baixos.

Logo no arranque, um tal de Lewis Hamilton deu espetáculo e deixou Sérgio Pérez a pensar como é que perdeu assim a segunda posição. Ainda destaque para a péssima largada de Lando Norris – que depois não conseguiu recuperar – e para mais uma bela partida de Max Verstappen, se bem que depois também não teve andamento para os monolugares que seguiam à sua frente (estranho!!!).

A outra ultrapassagem que destacamos foi protagonizada por Oscar Piastri que acabou por ficar no segundo lugar, quando passou por Charles Leclerc com uma leveza tal que lhe roubou, na altura a 3.ª posição. O piloto australiano da McLaren ainda foi atrás dos dois homens da Mercedes que seguiam na frente, dando uma emoção, há muito ausente, especial a este Grande Prémio. Aliás, os três carros cruzaram a bandeira de xadrez com uma diferença de apenas 1.173 segundos… WOW!

Outra estratégia de uma paragem a dar resultado, com um Deadpool atrevido e mais um australiano a beneficiar da desclassificação

As habituais menções honrosas não podiam faltar e há três a serem dadas obrigatoriamente, neste Grande Prémio da Bélgica. Claro que temos de atribuir a primeira a um ‘novato’ nestas andanças que até completou o seu 43.º aniversário esta semana. Fernando Alonso, tal como George Russell, arriscou na estratégia de uma só paragem e colheu os frutos, alcançando um extraordinário – após a supracitada desclassificação – oitavo lugar. Palminhas!!!

A segunda vai para um Deadpool bem atrevido, fazendo juz à personagem da Marvel. Esteban Ocon que promoveu o filme, juntamente com o seu companheiro de equipa Pierre Gasly, Deadpool e Wolverine, conseguiu um belíssimo nono lugar e mais dois pontos preciosos para si e para a Alpine. Ele que em 2025 vai ser piloto da Haas.

A última, devido à desclassificação mas não só, tem de ir para Daniel Ricciardo que foi muito certinho e voltou a bater o seu companheiro de equipa Yuki Tsunoda, aproximando-se das boas exibições do nipónico e fazendo pela sua continuidade na Fórmula 1. O australiano levou o V-card ao décimo posto e assegurou a conquista de um ponto… (atentem que a classificação sobe um lugar a todos os pilotos, devido ao tal ‘problemazinho’ de peso de George Russell).

Novela à espanhola chegou ao fim

Apenas uma última nota, muito rápida, para a conclusão da novela espanhola que vinha sendo realizada no paddock do maior espetáculo de automobilismo mundial. Carlos Sainz Jr. – que vai ser substituído por Lewis Hamilton, em 2025, na Ferrari – já arranjou assento para a próxima época de Fórmula 1. O piloto espanhol vai juntar-se a Alex Albon na Williams. Não sabemos o que é que a marca britânica terá prometido ou que evoluções terá demonstrado, mas a confirmação já foi feita e vamos mesmo ter Carlos Sainz no lugar de Logan Sargeant. Será que continua de olho na promoção para a Mercedes? Teremos de aguardar…

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