Lando Norris ganha à ‘vontadinha’ num GP Singapura surpreendentemente insosso

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Aqui vai a crónica do Grande Prémio de Singapura, um pouco atrasada, mas como diria o outro, para quem se lembra de um tal programa – dos melhores feitos em Portugal – ‘Liga dos Últimos’: “Também tenho direito…” Umas minis férias, mas ainda vou muito a tempo, até porque o próximo GP apenas se realiza no dia 20 de outubro, em Austin, nos Estados Unidos da América.

Na 18.ª prova da temporada, Lando Norris e o seu fantástico McLaren venceram à ‘vontadinha’, voltando a repetir a façanha de receber a bandeira de xadrez mais de 20 segundos antes que o segundo classificado. Neste caso foi Max Verstappen que mais uma vez deu provas que está em 2024 para se sagrar tetracampeão e vai mantendo a sua distância na liderança do Mundial de Pilotos.

Pela primeira vez, o GP Singapura terminou sem um Virtual Safety Car ou Safety Car, algo estranho tendo em conta as condições em que se conduz, com temperatura e humidade demasiado elevadas. Porém, o vencedor Lando Norris não se livrou de dois sustos que quase o faziam deitar tudo por água abaixo, numa corrida em que se livrou de alguns estigmas. O piloto britânico fez a pole position, com uma excelente volta na qualificação, conseguiu segurar a liderança ao fim da primeira curva e da primeira volta, mantendo-se nessa posição até ao final e só não fez um Grand Slam, porque houve aí umas ordens para equipas satélites e tal (já explico melhor, mais à frente, até porque é um assunto, na minha opinião, algo triste).

Maravilha assistir à condução de Piastri que vai contribuindo para a McLaren assumir o topo

Como já referido houve muito poucos motivos de interesse neste Grande Prémio de Singapura, sendo que o sábado – dia de qualificação -, até foi mais animado, com os Ferrari (não sei se já ouviram ou leram isto) a desiludirem. Carlos Sainz Jr. não aqueceu os pneus como deve ser e foi parar às barreiras e o mesmo sucedeu com Charles Leclerc que completou a volta, mas não da melhor forma.

Mas, passemos ao condutor do dia, para mim. Oscar Piastri vai mostrando que está na categoria rainha do automobilismo mundial para se tornar, num futuro próximo, campeão. Mais uma bela exibição do piloto australiano que arrecadou mais um pódio com o terceiro posto e que protagonizou os melhores momentos (umas tais de ultrapassagens) da corrida.

Com o primeiro e terceiro lugares, a McLaren aumentou bastante a vantagem na liderança do Mundial de Construtores, até porque a Red Bull conseguiu o segundo lugar com Max Verstappen, mas Sergio Pérez apenas foi décimo e levou um pontinho. Assim, por esta altura a marca da reconhecida bebida energética já tem, penso eu, de se preocupar com quem vem atrás, porque a Ferrari somou 16 pontos (Leclerc 5.º e Sainz 7.º) e está em terceiro a somente 34 pontos de distância.

Milagreiro Alonso, grande Hulk, enorme Colapinto e o habitual ‘abanananço’

O que seria de uma crónica destas sem a menção a Fernando Alonso (nunca é demais relembrar: 43 anos!!!), mas a culpa é do próprio que vai fazendo autênticos milagres com o seu Aston Martin. Em mais uma qualificação espetacular com o sétimo melhor tempo, o piloto espanhol tinha de contar com os dois Ferrari, o Red Bull de Sergio Pérez e ainda os dois Williams (claramente a subir a performance) atrás de si. À sua frente tinha Nico Hulkenberg que também voltou a merecer uma salva de palmas.

Fernando Alonso levou o seu monolugar à oitava posição final, ficando à frente do piloto alemão da Haas (9.º) e somou mais quatro pontos.

Ainda destaque para mais uma grande corrida do argentino Franco Colapinto, com o seu Williams, que apesar de não ter terminado nos pontos, pois foi 11.º, fez mais uma bela prestação, mas até deixo que seja o piloto que ficou à sua frente, a muito custo, a explicar.

Apesar de não ter havido incidentes ou acidentes nesta corrida, ainda bem mas pouco normal neste traçado, a verdade é que estas condições voltaram a deixar os pilotos ‘grogues’ e no final foi um festival de ‘abanananço’.

A despedida de um grande piloto e ainda melhor ‘entretainer’

No final do Grande Prémio de Singapura, os rumores foram confirmados, com a Red Bull a anunciar a saída, com efeitos imediatos, de Daniel Ricciardo da V-card. Mas, ainda na corrida recorreu aos seus serviços para roubar um ponto e o primeiro Grand Slam da carreira a Lando Norris. Pois é, a Red Bull ordenou à V-card para que o australiano fosse às boxes montar pneus macios e efetuasse a melhor volta. Isto tudo nos últimos instantes da corrida. Bom, se é permitido, força… Todos os pontos contam, essa é que é a verdade, especialmente, esta temporada.

Daniel Ricciardo fica, indubitavelmente, conhecido pela sua boa disposição, pelo facto de ser a personagem principal em praticamente todas as temporadas de ‘Drive to Survive’, mas mais importante que isso, por ser um piloto muito rápido, vencedor de Grandes Prémios em três equipas distintas e por ter marcado uma era na Fórmula 1. A geração mais nova está a tomar conta da grelha, e muito bem, por isso temos de nos habituar a dizer adeus a estes ícones da modalidade. Como seria de esperar, o neozelândes, Liam Lawson vai ser o seu substituto, pelo menos para as seis corridas que ainda restam da época 2024.

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