Uma corrida destas merece o título em castelhano, até porque, pela primeira vez, um piloto hispânico venceu o Grande Prémio do México, de seu nome Carlos Sainz Jr., em mais uma excelente prova da Ferrari que está aí bem viva, pelo menos, na luta pelo Mundial de Construtores.
O espanhol da marca italiana garantiu a pole-position, na Cidade do México, com uma grande volta, diga-se de passagem, mas tinha ao seu lado o tricampeão do Mundo Max Verstappen que vai operando autênticos milagres com o seu monolugar. Pois bem, o arranque do piloto neerlandês foi bem melhor que o do espanhol e rapidamente se colocou à frente. Mas, Carlos Sainz, após a saída do ‘safety car’ (explico mais à frente), fez o que todos deviam fazer, ou seja, apanhou Max desprevenido. Na conclusão da primeira volta, na enorme reta da meta, o ‘Cavalino Rampante’ n.º 55 acelerou de tal forma que nem deu tempo ao líder de olhar para os retrovisores, pois quando deu conta, o Ferrari já estava à sua frente na primeira curva.
A partir daí, Carlos Sainz, bem ao seu estilo, efetuou uma operação tranquila para somar o seu segundo triunfo na temporada, após a Austrália, bem lá no início do ano. Com Charles Leclerc em terceiro e já aprofundo mais sobre o monegasco, a Ferrari ultrapassou a Red Bull no Mundial de Construtores e aproximou-se bastante da líder McLaren.
Arranque acidentado e um Leclerc que não ganhou para o susto
As partidas numa corrida de Fórmula 1 são sempre dos momentos mais imprevisíveis do mundo desportivo e o arranque neste Grande Prémio do México não foi exceção. Com as atenções viradas para o piloto da casa, Sérgio Pérez, e para Oscar Piastri, pois ambos falharam redondamente na Qualificação. O mexicano saiu da 18.ª posição e o australiano partiu do 17.º posto. Ora bem, a cabeça de Pérez está de tal forma que nem conseguiu colocar o monolugar na posição correta e levou logo uma penalização (já vamos falar sobre isto…) de cinco segundos.
Mas, aquilo que levou à entrada do ‘safety car’ imediatamente foi o toque entre Yuki Tsunoda e Alex Albon, com o V-Card a ser demasiado ambicioso e a levar o Williams consigo. O piloto nipónico aparenta estar um pouco nervoso com a necessidade de voltar a bater o seu companheiro de equipa que mudou recentemente, sendo agora Liam Lawson. É melhor verem o momento…
No entanto, um dos momentos de maior suspense ocorreu já perto do final da prova e com Charles Leclerc. O piloto da Ferrari estava na 2.ª posição e os ‘tiffosi’ já sonhavam com a repetição do 1-2 de Austin, na semana anterior, mas mais uma vez o McLaren ganhou vida com o depósito mais vazio. Lando Norris iniciou uma perseguição desenfreada ao monolugar do piloto monegasco que a meio da batalha teve um momento em que lhe caiu tudo, pois viu o muro bem de perto. Como sempre, o melhor é verem…
Verstappen abusou e levou 20 segundos mas voltou a minimizar danos tendo título na mão
Pronto! A espera acabou e vamos lá esmiuçar os momentos que todos ouviram falar sobre este Grande Prémio do México. Max Verstappen levou duas sanções, consecutivas, de dez segundos, somando assim uma penalização (pesadíssima) de 20 segundos. Tudo porque o piloto neerlandês da Red Bull voltou a abusar, mas desta vez – na minha opinião obviamente – foi muito bem castigado, pois esteve claramente mal.
Já deixo vídeo para que possam tirar as próprias conclusões. Na batalha pela 3.ª posição, depois de ter sido ultrapassado por Sainz e Leclerc, Max encontrou o velho amigo Lando Norris. Assim, primeiro e segundo no Mundial de Pilotos, voltaram a envolver-se numa batalha épica, porém Verstappen foi além dos limites. Numa primeira instância, na curva 4, Norris também parece ser demasiado ambicioso, mas Max voltou a obrigar o piloto britânico a sair de pista para manter o seu carro intacto. Já na curva 8, mais uma vez é só a minha opinião, a manobra do piloto da Red Bull é muito perigosa, nem sei se chega a travar e aparenta ter a clara intenção de deixar o seu monolugar ir em frente, obrigando Norris a acompanhá-lo – caso contrário batiam – e indo em direção ao muro. A escapatória era grande e tudo correu bem, mas o movimento do tricampeão do Mundo é bem demonstrativo da frustração que vai tendo com o seu Red Bull. Essa penalização, dura, teve consequências, pois terminou a prova na 6.ª posição e perdeu alguns pontos (podem vir a ser importantes ou não), no Mundial de Pilotos.
Calma! Fica aqui o vídeo das escaramuças entre Max e Lando. Tirem as vossas conclusões…
Haas vão dando o ar da sua graça e Pierre Gasly vai tirando coelhos da cartola
No top-10, ou seja, nos pontos, houve espaço para os Mercedes se colocarem na 4.ª e 5.ª posições, com Lewis Hamilton e George Russel, respetivamente. Sendo que se envolveram numa batalha animada, pois o mais velho dos pilotos britânicos vinha com bom ritmo e soube ter paciência para levar a melhor perante o companheiro de equipa.
Como já mencionado, Max terminou no 6.º posto e Oscar Piastri ainda conseguiu uma boa recuperação, colocando o seu McLaren na 8.ª posição.
Mas, os maiores sombreros a serem retirados são para os homens da Haas, com uma excelente corrida de Kevin Magnussen que obteve o melhor resultado da temporada com o 7.º lugar. Já o seu companheiro de equipa Nico Hulkenberg foi nono. Assim, a Haas somou mais oito pontos no Mundial de Construtores e vai cimentando a sua sexta posição, sendo que já tem de ser vista, tendo em conta estes resultados, com muita cautela por parte da Aston Martin que tem mais 40 pontos, no quinto lugar.
O pontinho do décimo posto foi para o Alpine de Pierre Gasly que assim aproximou a sua equipa do oitavo posto ocupado pela Williams. Mas, de salientar as boas performances do piloto francês mais português do paddock, especialmente, em comparação com as claramente aquém do seu companheiro de equipa Esteban Ocon.