A temporada 2024 chegou ao fim e a McLaren sagrou-se campeã do Mundo de Construtores, depois de um jejum de 26 anos. Título merecido, pois tiveram o melhor monolugar da grelha durante a grande maioria da época. A confirmação chegou com o triunfo, bem conseguido, de Lando Norris, no derradeiro Grande Prémio (o 24.º!!!) em Abu Dhabi.
A festa foi rija, como tem de ser, pois como sabemos (Netflix – Drive to Survive, ajuda a perceber), o título de campeão do Mundo de Construtores envolve muito dinheiro (mesmo muito!). Por isso, também a Alpine conseguiu agarrar-se ao seu mealheiro, segurando a 6.ª posição no Mundial de Construtores, depois de mais uma bela exibição de Pierre Gasly e, sim, a Francisca Cerqueira Gomes esteve em Abu Dhabi, apareceu na transmissão e tudo (brincadeira!).
Antes do sentimentalismo, vamos à corrida!
Um último Grande Prémio que teve um pouco de tudo e que deu mais uma corridaça nesta temporada que muitos especialistas (não sendo especialista, também concordo) consideram como uma das melhores de sempre, pois contemplou sete vencedores, e mais que por uma vez, de Grandes Prémios. Teve alguma emoção no Mundial de Pilotos e o de Construtores foi genial.
Lando Norris fez a pole-position, arrancou bem e não mais largou a primeira posição até receber a bandeira de xadrez. Logo atrás ficou o seu grande amigo Carlos Sainz Jr., no Ferrari n.º 55 e depois vieram os pilotos (que em 2025 vão ser companheiros de equipa) que mereceram, e sem dúvida alguma, as distinções de pilotos do dia. Mas, antes disso, fica o vídeo do último arranque, digno de Fórmula 1 e com o campeão do Mundo, Max Verstappen a exagerar, mesmo com o título já em casa…
Pois bem, os pilotos do dia foram Charles Leclerc e Lewis Hamilton. O monegasco da Ferrari partiu da 19.ª posição e foi terminar no pódio (3.º classificado), numa recuperação de 16 lugares. Algo que merece mais que uma salva de palmas e que sucedeu graças a um arranque que passando pelos pingos da chapa (ehehe) o colocou, imediatamente, no oitavo posto. É melhor verem, como sempre…
Já, e antes de entrarmos na choradeira (mas, só de fininho, porque para a semana volto a escrever e a puxar a sério pela lágrima no canto do olho), Sir Lewis Hamilton também deu espetáculo na sua última corrida pela Mercedes, tendo saído da 16.ª posição da grelha e terminado no 4.º lugar (recuperando 12 posições), numa condução a condizer com os sete títulos mundiais que soma, especialmente, depois de ter colocado os pneus médios, na segunda fase deste Grande Prémio que como sabemos não traz as melhores memórias ao piloto britânico.
O incrível final de temporada de Gasly em mais uma grande corrida de Hulkenberg e Alonso
Os últimos quatro Grandes Prémios de Pierre Gasly foram incríveis, mesmo tendo desistido no de Las Vegas, o que ainda faz sobressair mais o seu trabalho que foi preponderante para a Alpine ser sexta classificada no Mundial de Construtores, algo que no início da temporada ninguém (e venha o primeiro contradizer) sequer imaginava.
Para além disto, o piloto mais português da grelha foi o único que não causou nenhum dano ao seu monolugar, ou seja, a Alpine gastou zero em reparações resultantes de acidentes e incidentes causados pelo piloto francês. Isto sim é uma ovação de pé!!!
O Grande Prémio de Abu Dhabi veio, igualmente, confirmar a enorme temporada feita por Nico Hulkenberg, na Haas, mesmo que o oitavo lugar (quatro pontos) não tenha sido suficiente para ajudar a sua equipa a ficar com o 6.º lugar no Mundial de Construtores, mas depois da última posição, em 2023, o sétimo é ótimo.
Ainda mais uma salva de palmas para Fernando Alonso que com um Aston Martin que não foi nada daquilo que se esperava, durante todo o ano, conseguiu mais uma vez marcar pontos, com o nono posto… Muy bien!!!
Despedida de grandes personagens e mudanças que vão custar a interiorizar
Claro que este tema vai ser mais desenvolvido na próxima semana, mas como as emoções estiveram ao rubro em Abu Dhabi, não podia deixar de assinalar que este Grande Prémio foi o último para Valtteri Bottas, Kevin Magnussen, Zhou Guanyu e Franco Colapinto. Sendo que já tinham deixado a grelha: Logan Sargeant e Daniel Ricciardo. Mas, também se mantém a dúvida se terá sido ou não a última corrida de Sérgio Pérez (o mistério continua…).
Para além destas despedidas, as mais emotivas foram mesmo as de pilotos que vão continuar no pelotão em 2025. Lewis Hamilton fez a última prova com a Mercedes, sendo que se vai mudar para a Ferrari e Carlos Sainz abandona a ‘scuderia’ para representar a Williams no próximo ano.
Ainda uma palavra para a mudança de Esteban Ocon para a Haas, sendo que não participou no Grande Prémio de Abu Dhabi, permitindo a estreia de Jack Doohan pela Alpine, equipa que vai representar na próxima época.
Agora ficam os peões de Lewis Hamilton que sendo quem é teve direito a despedida especial e tudo. Quem pode, pode…