Oscar Piastri venceu o Grande Prémio de Jeddah, na Arábia Saudita, somando o segundo triunfo consecutivo e o terceiro da temporada, perfilando-se como o novo líder do Mundial de Pilotos e, para já na minha opinião, como o principal candidato à conquista final.
Mais um triunfo sem contestação, apesar da tentativa de Max Verstappen, que voltou a operar milagres, principalmente, na Qualificação. As primeiras curvas foram as mais emocionantes, com o neerlandês a fazer das dele, pois já estamos todos mais que habituados a assistir a estes comportamentos. Porém, a infração valeu-lhe uma penalização de cinco segundos e a McLaren trabalhou muito bem no ponto de vista estratégico para capitalizar isso e garantir mais uma vitória.
Mas, Max Verstappen conseguiu mesmo o segundo lugar e vai-se mantendo bem vivo na luta pelo Mundial de Pilotos. O pódio ficou completo com Charles Leclerc que esteve muito bem e vai mostrando que consegue tirar alguma coisa deste Ferrari, ao contrário do seu companheiro de equipa (mas, já lá vamos). O monegasco foi implacável na perseguição a George Russell e conseguiu suster muito bem os ataques de Lando Norris, perto do final da corrida.
Mercedes lá vai faturando com Hamilton a desiludir e os amigos a baterem
Mais uma vez, a Mercedes demonstra que é a segunda melhor equipa do pelotão. Pois, há por aí umas em nome singular, como a Red Bull – Max Verstappen e a Ferrari – Charles Leclerc. Ambos com grandes trabalhos e sem ou com pouca ajuda dos respetivos companheiros. Enquanto, a marca da estrela vai somando os seu pontos e está bem viva no Mundial de Construtores. Russell vai extraindo tudo do seu monolugar e Kimi Antonelli é um ‘rookie’ com muita capacidade.
Quem continua a desiludir, até pelas palavras aos jornalistas, é o sete vezes campeão do Mundo, Lewis Hamilton. Em pista continua sem conseguir ser rápido e sem conseguir fazer a diferença. Mesmo que seja um problema de adaptação, já se passaram cinco corridas e essa desculpa vai perdendo a sua eficácia. Na Arábia Saudita voltou a ficar aquém e perante a imprensa vai dizendo que a culpa é sua e que “precisa de um cérebro novo”. Algo que indica um estado mental que não corresponde ao de um concorrente ao título e que volta a revelar os fantasmas de 2022, depois do que sucedeu na final da época de 2021. Porém, para não ser só a cascar, a verdade é que Sir Lewis Hamilton protagonizou um dos melhores momentos deste Grande Prémio de Jeddah, na batalha com Lando Norris (que também vai revelando pouca capacidade mental e este momento é um exemplo gritante disso mesmo).
Outro momento marcante desta corrida, apenas a quinta da temporada, foi o acidente logo na primeira volta, entre dois dos pilotos mais amigos da grelha. Depois de uma Qualificação fantástica, Pierre Gasly ia à procura de mais pontos, sendo que Yuki Tsunoda tinha a mesma intenção. Tudo isto acabou com os dois a tocarem rodas e a serem obrigados a desistir, com a extensão do danos do Alpine a ser bem mais flagrante.
Segundo pelotão é que vai animar isto com a Williams a mostrar as garras
Não é que a luta pelos lugares da frente não esteja animada, mas as batalhas pelas posições que garantem menos pontos, principalmente, da 8.ª à 10.ª estão a animar, e de que maneira, este início de temporada. Neste Grande Prémio de Jeddah, na Arábia Saudita apareceu mais uma equipa a colocar os dois pilotos no top-10. Já seria de esperar, pois são dois atletas de renome, mas apenas à quinta corrida, a Williams conseguiu pontuar com Carlos Sainz e Alex Albon e tudo graças a um excelente trabalho de equipa e, convém sempre relembrar, é assim que se juntam as migalhas na intensa luta pelo 5.º posto no Mundial de Construtores.
Com a oitava posição para Carlos Sainz e a nona para Albon, o ponto destinado ao décimo posto foi para um piloto que também tem vindo a mostrar os seus dotes, especialmente, por se tratar de um ‘cookie’. Isak Hadjar vai fazendo o seu trajeto com consistência, depois de uma primeira corrida para esquecer. Recorde-se que bateu na volta de formação da grelha no GP da Austrália. Agora, soma pontos e como são importantes para as contas finais da V-card. Daí para baixo, como sabemos, não há pontos, mas as batalhas estão muito interessantes. A maior desilusão, diria, para já, é mesmo a Aston Martin que não consegue descolar e vai ter de medir forças com todas as restantes equipas, sendo que neste momento, e com todo o mérito, o 5.º lugar no Mundial de Construtores pertence à Williams.