Como é habitual no Mónaco, a Qualificação fez mais uma vez toda a diferença, sendo que este sábado foi bem animado e Lando Norris conseguiu entrar para a história, como o primeiro piloto de sempre a baixar dos 70 segundos, no circuito que percorre as ruas de Monte Carlo. Essa volta canhão, conseguida mesmo nos instantes finais, valeu-lhe a pole position e daí partiu para o triunfo que lhe permitiu ficar bem próximo do seu companheiro de equipa – Oscar Piastri – no Mundial de Pilotos.
O pódio ficou completo com os homens que saíram da 2.ª e 3.ª posições. A correr em casa, Charles Leclerc foi ao degrau intermédio e Piastri foi ao último degrau. Max Verstappen, que ainda tentou ganhar (já lá vamos) foi o quarto classificado e Lewis Hamilton, que foi penalizado após a Qualificação, conseguiu subir dois lugares com as paragens nas boxes e fechou o top-5.
A partir daqui uma boas surpresas, mas como referido devido ao que fizeram no sábado. Os homens da V-card também animam a segunda metade da tabela do Mundial de Construtores, com Ocon numa bela corrida, assim como os homens da Williams.
Estratégias que na sua maioria saíram furadas
Com a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a criar uma nova regra para este Grande Prémio do Monaco, implementando a obrigatoriedade de cada piloto ter de efetuar duas paragens para mudar de pneus, esperava-se algo diferente, mas tal não sucedeu. Aliás, as equipas foram inteligentes, ou melhor espertas, e jogaram com isso mesmo para ganharem idas às boxes de ‘graça’, sem sequer perderem a posição em pista. Algo que foi bastante criticado por alguns intervenientes, mas que faz parte do jogo e cada um vai para a batalha com as armas que tem.
A primeira a desacelerar (mesmo muito lento) o ritmo foi a V-card, com Liam Lawson a criar um comboio de monolugares, deixando o seu companheiro de equipa (Isack Hadjar), a uns 40 segundos à sua frente, podendo assim parar e voltar para a sua posição. O mesmo fez a Williams mais perto do final da corrida. Até pode ser condenável e do ponto de vista do espectador é-o com certeza, mas a verdade é que todos esses pilotos pontuaram, fazendo o seu trabalho da melhor forma possível. Por entre estes quatro carros, Esteban Ocon lá fez o seu trabalhinho e garantiu seis pontos com o sétimo posto, colocando a Haas novamente no mapa do top-10.
Em estratégias mais arriscadas ou incompreensíveis estiveram os homens da Mercedes e ainda (esta bem pensada) Max Verstappen. A marca alemã só efetuou as duas paragens muito tarde, já dentro das sete voltas finais, tendo ficado esse tempo todo a aguardar por um ‘safety car’ ou ‘virtual safety car’, mas apenas aconteceu logo no início e por isso Russell terminou em 11.º e Kimi Antonelli em 18.º (último, após as desistências de Fernando Alonso e Pierre Gasly). O piloto francês da Alpine proporcionou o momento menos aborrecido da corrida, numa fase bem precoce, embatendo no seu amigo e ex-companheiro de equipa, Yuki Tsunoda, ora vejam.
Mundial de Pilotos ao rubro no topo e o de Construtores logo a seguir ao líder com um momento de ‘pinball’ na F2
O triunfo de Lando Norris – ah, já me esquecia, bem acompanhado por Margarida Corceiro, ou seja, agora são dois pilotos ‘lusos’ na grelha – colocou-o a somente três pontos do seu companheiro de equipa, Oscar Piastri, na luta pelo Mundial de Pilotos que promete ser quentinha entre os dois homens da McLaren, caso ninguém se aproxime do topo (no Grande Prémio de Espanha entra em vigor a nova regra das asas dianteiras). Algo que pode, muito bem, fazer reavivar as lendárias lutas entre pilotos da McLaren, como a rivalidade Senna-Prost ou Hamilton-Alonso.
Já no Mundial de Construtores, os ‘papaia’ têm uma vantagem considerável, mas a batalha pelo pódio promete, e muito, com Red Bull (com apenas um carro até ao momento), Ferrari e Mercedes a lutarem pelos dois degraus mais curtinhos. Neste GP Monaco, a marca transalpina deu um ‘salto’ interessante, beneficiando da boa corrida, ou Qualificação se preferirem, que fizeram, mas também da tal solidão de Verstappen na equipa austríaca e do falhanço, em toda a linha, da Mercedes.
Para o fim deixo um vídeo caricato, isto porque ninguém se aleijou, mas que demonstra como o espaço é curto pelas ruas de Monte Carlo. O arranque da corrida de Fórmula 2 foi bem demonstrativo disso, com uma cena de pinball. Não sei bem quem conseguiu os créditos extra…