Como não poderia deixar de ser, este texto tem de começar com os parabéns a Max Verstappen e à Red Bull. No caso do piloto dos Países Baixos os parabéns pelo tricampeonato (2021, 2022 e 2023), quando ainda faltam seis Grandes Prémios e duas corridas de ‘Sprint’ para disputar. Uma vitória incontestável, de um piloto fantástico que, já estando, reforça o seu estatuto de ser considerado um dos melhores de sempre da modalidade. A Red Bull que um Grande Prémio depois de ter festejado o título coletivo, vê o seu piloto festejar no Qatar e só a precisar do pontos do 2.º lugar da corrida ‘Sprint’. Quanto ao outro piloto Sérgio Pérez, a história é outra. O mexicano voltou a claudicar, sendo que o que lhe sucedeu no ‘Sprint’ não tenha sido culpa sua, mas a verdade é que não terminou a corrida e no Grande Prémio, apesar de ter sido o ‘Rei’ das penalizações, ainda conseguiu beneficiar das perdas de tempo (igualmente em penalizações) de Gasly, Stroll e Albon, para garantir um pontinho, com o décimo lugar. Pérez até pode continuar na Red Bull mais um ano ou muitos mais, mas sem dúvida que está a ter maior benevolência, por parte dos responsáveis da marca austríaca, que outros não tiveram…
Gosto sempre de falar do Grande Prémio e, por isso (sei que me perdoam), vou continuar, deixando o ‘Sprint’ e qualificações para depois. Assim, na corrida do Qatar, o arranque que é sempre um momento emocionante e nervoso para os fãs, contou com algo inesperado. Um ‘incidente’ (chamemos-lhe assim) entre companheiros de equipa atirou Lewis Hamilton para fora da corrida, logo na primeira curva. Sem querer ou estar a atribuir culpas a quem quer que seja, parece-me óbvio, tal como já escrevi relativamente ao Grande Prémio de Singapura, que a Mercedes está a falhar em aspetos estratégicos (também não são exclusivos desta época) e de liderança. Com o 2.º lugar no Mundial de Construtores bem encaminhado, a marca alemã tem de ter outros cuidados nas abordagens a estas últimas provas. No entanto, lá vai beneficiando da queda abrupta da Aston Martin e do desacerto (constante) da Ferrari, sendo que para mim a sorte mesmo é o facto de McLaren já não ir, em princípio, a tempo, caso contrário… Antes da prova, a Mercedes devia ter definido como seria o arranque, com Russell em 2.º e Hamilton em 3.º, tendo Max (já campeão) na pole position. Ou seja, para mim (sempre humildemente), Max não entra em qualquer equação para estes dois pilotos. Assim, visto que as estratégias iniciais foram distintas, Russell saiu de médios e Hamilton de macios novos, estava claro que (também sendo um hábito) Lewis iria arrancar melhor e nesse caso, a equipa devia ter dito a George para refrear a vontade de ir para a frente e deixar Hamilton atacar enquanto tivesse pneus. Depois, consoante as estratégias adoptadas, logo se veria como ficaria a classificação final. Até porque iam ter de lutar e bravamente com os McLaren que voltaram a ser a equipa do fim de semana.
Piastri a justificar ‘guerra’ da pré-temporada
Pegando já na deixa da McLaren, vamos aos grandes momentos (para além de ter havido um campeão e tal) do Grande Prémio do Qatar, antes de embarcarmos (sim, o verbo é propositado) num assunto mais delicado. Oscar Piastri continua a demonstrar que é um pilotaço e somou o seu primeiro triunfo na Fórmula 1, alcançado na corrida de ‘Sprint’, depois de ter feito a pole-position. O australiano tem um carro bom e vai dando conta do recado, deixando mesmo o seu companheiro, Lando Norris (um dos melhores do pelotão) para trás, obrigando-o a errar e a ver a sua traseira, tal como sucedeu no domingo.
A 2.ª e 3.ª posição dos homens da McLaren é excecional e, tal como já mencionei, não fosse o atraso inicial, podia muito bem estar a intrometer-se na luta pelo segundo lugar dos Construtores. Apesar de ser complicado, ainda tem o pódio na mira. Mas, com o que se tem visto nos últimos fins de semana, não parece assim tão distante. A equipa está mesmo a ‘carburar’ (expressão que aprecio bastante) que até bateu o recorde mundial para o menor tempo de um ‘pit-stop’, tendo mudado as quatro rodas do monolugar de Lando Norris em 1,8 segundos… SENSACIONAL!
Relativamente ao Grande Prémio ainda tenho de destacar a entrada nos pontos dos dois pilotos da Alfa Romeo. Bottas em 8.º e Zhou em 9.º, num bom balão de oxigénio para a equipa que tem vindo a ‘arrastar-se’ durante toda a temporada. A Alpine, não fossem as penalizações de Gasly, também o teria feito, mas fica o registo para o excelente 7.º posto de Esteban Ocon (e este excelente ganha maior força daqui a pouco). Fernando Alonso, apesar de ter tido o rabo a arder (já explico, calma!) voltou a fazer omeletes sem ovos, apesar de o carro ter uma velocidade estonteante, garantindo o 6.º lugar. De salientar, igualmente, os pontos ganhos por Russell (4.º), ou melhor pela Mercedes, à Ferrari (Leclerc foi 5.º), já que Carlos Sainz não participou no Grande Prémio devido a problemas no seu monolugar (acontece, mas acontece mais vezes na Ferrari)…
Entre vómitos e más disposições
Esta corrida levantou várias questões, mas todas vão ao encontro das condições de segurança para os pilotos. A degradação demasiado rápida dos pneus fez com que a FIA (Federação Internacional do Automóvel) obrigasse as equipas a efetuarem três paragens, tendo um máximo de 18 voltas por jogo de pneus. Algo que podia e até baralhou as contas finais. Mas, também contribuiu para uma parte menos interessante deste Grande Prémio do Qatar. Inúmeros pilotos chegaram ao final da prova completamente desgastados. Logan Sargeant (Williams) desistiu mesmo, pois tinha estado a contas com uma constipação no início da semana. Fernando Alonso sentia o rabo demasiado quente e a Aston Martin reportou temperaturas de 80º C (alucinante). Esteban Ocon admitiu, no pós-corrida, que vomitou duas vezes no capacete e chegou ao final e em sétimo. Piastri, 2.º classificado, teve de deitar água na cabeça e deitar-se no chão do ‘Cooling Room’, enquanto aguardava pelo pódio. Albon estava claramente a calambiar quando saiu do seu carro e Stroll também assumiu que sentia tonturas em algumas curvas. Tudo preocupações bem extremas para a segurança dos pilotos e das corridas. Para além da elevada temperatura e humidade (no entanto, Singapura foi bem pior), o problema residiu no desenho do circuito (curvas rápidas, consecutivas, para o mesmo lado e apenas com a reta da meta para ‘descansar’), ou seja, as forças G a suportar eram constantemente elevadas, mas também nas tais três paragens obrigatórias. Com a vida dos pneus limitada a 18 voltas, os pilotos andaram sempre a fundo, aliás a melhor volta, de Max Verstappen, garantia a pole-position no ‘Sprint’ (algo impensável). Para refletir, com certeza…
O digestivo do Pawnfessor X
A Skoda apresentou o novo Kodiaq, uma opção para as famílias e vai começar a ser comercializado em janeiro de 2024. Em termos de caracterísitcas mede 4,758 metros de comprimento (61 mm mais longo), mas é mais estreito (18 mm) e mais baixo (24 mm) que a versão anterior. A marca checa anuncia uns impressionantes 910 litros de capacidade máxima da bagageira, ou seja, na versão cinco lugares e com os bancos traseiros praticamente encostados aos da frente. O interior tem um novo visual, com o ecrã central de 12,9 polegadas, em vez de 8″ ou 9,2″, das versões anteriores. Também tem o sistema de projeção de informações no para-brisas e não vai ter versões de caixa manual. Em termos de motorizações, a Skoda anunciou duas versões a gasóleo (2.0 TDI com 150 e 193 cv), duas a gasolina (1.5 TSI com 150 e 2.0 TSI com 204 cv) e ainda uma híbrida plug-in – 1.5 TSI iV com 204 cv.