Oscar Piastri, da McLaren, tornou-se no sétimo vencedor de grandes prémios, na presente temporada de Fórmula 1, o que à 13.ª corrida dá a perspetiva de um ano em que vão ser batidos alguns recordes. As equipas estão cada vez mais próximas em termos de desempenho e, neste momento, por incrível que pareça, é mesmo a McLaren que tem o melhor monolugar da grelha.
O Grande Prémio da Hungria trouxe, então, o sétimo vencedor do ano e este número ímpar é justificável, claro, pelos pilotos das melhores quatro equipas, mas falta um (ou não?). O mais inacreditável nisto tudo é que a Red Bull que dominou o início da temporada, apenas conseguiu vencer com o carro n.º 1 de Max Verstappen, depois de mais um fim-de-semana fraquinho de Sérgio Pérez, apesar de o domingo ter sido bastante bom, tendo em conta as circunstâncias.
O prodígio australiano que no seu ano de ‘rookie’ – foi apenas no ano passado – tinha conseguido vencer uma corrida sprint, soma agora ao seu currículo o estatuto de vencedor de Grande Prémio, mas apesar de ter alcançado o triunfo com mérito, não se livrou de mais uma polemicazinha, em que esta modalidade é próspera…
Uma McLaren em modo Floribela e o Mundial de Construtores ao rubro
Certamente por não estarem envolvidos nas lutas pelas vitórias há já algum tempo, a McLaren vai tardando em acertar estratégias de modo a atacar da melhor forma o campeonato de Construtores e, especialmente, o de Pilotos. Tendo feito o 1-2 na Hungria, a marca assegurou, praticamente, o máximo de pontos neste 13.º Grande Prémio da temporada – o ponto extra da volta mais rápida foi para George Russell. Algo que deixa o Mundial de Construtores bem animado e com a Red Bull a começar a pensar, cada vez mais, na sua vida, pois só com um carro a lutar por triunfos, tudo se torna mais complicado – havendo já boatos de uma saída imediata de Sérgio Pérez.
Já no Mundial de Pilotos, mesmo ainda faltando onze provas, é muito difícil imaginar que Max Verstappen possa perder a chance de se sagrar tetracampeão mundial. No entanto, a coisa vai ficando mais fácil com a ajuda das outras equipas. Para além do facto de serem sempre pilotos diferentes a vencerem para além do próprio, a McLaren deu um abanão nas hipóteses de Lando Norris que como bom piloto de Fórmula 1, não ficou nada satisfeito, apesar de ter sido segundo e da equipa ter assegurado os dois primeiros lugares do pódio.
Pois bem, na estratégia para a segunda troca de pneus, na Hungria, a McLaren – com Piastri em primeiro e Norris em segundo – decidiu chamar primeiro o piloto britânico e apenas trocou os pneus ao australiano na volta seguinte, o que fez com que Norris assumisse o comando da prova. Tudo a correr sobre rodas para o segundo classificado no Mundial de Pilotos, até que começam a surgir as famosas ordens de equipa, dando instruções para que Norris devolvesse a posição ao companheiro de equipa. Mas, a vantagem já estava em seis segundos e o piloto (fazendo jus à constante picardia da profissão e do desporto em si) foi dizendo que Piastri tinha de se chegar perto, algo que o australiano não conseguiu fazer. A verdade é que lá convenceram Norris a dar a vitória ao companheiro, em mais um momento que, por vezes, torna esta modalidade algo picuinhas – continuo a defender que é um desporto de equipa, atenção, mas também há contas para se fazerem…
Mad Max a fúria nos circuitos (qualquer dia ainda dá um filme)
A versão mais impetuosa e impaciente de Max Verstappen parece estar de volta, tal como aconteceu, até 2021. Apenas depois de se ter tornado campeão do Mundo é que o piloto neerlandês conseguiu perceber todos os momentos de uma corrida, de um fim-de-semana de Grande Prémio e, mais importante, de uma temporada – cada vez mais longa. Mas, também com certeza fruto de estar a perder andamento para outros monolugares, o ‘velho’ Max aparenta estar de volta e, qualquer dia, vamos mesmo ter direito a um filme só para si.
No Grande Prémio da Hungria voltou a envolver-se com outro piloto e desta feita com um velho conhecido, nada mais nada menos, do que com Lewis Hamilton, piloto com o qual protagonizou momentos arrepiantes em 2021. Tal como sucedeu na altura, pois o britânico é mais experiente e, só por acaso, sete vezes campeão do Mundo, o homem da Red Bull não conseguiu impor o seu estilo (aquele que apenas Max acha que pode trazer para as pistas). No incidente e vou colocar o vídeo para tirarem ilações, na minha opinião o embate volta a ser provocado por Max Verstappen. Vem rápido sem dúvida nenhuma, mas a curva é para a direita, algo que Hamilton está a fazer e até a deixar espaço no interior e o tricampeão mundial vem completamente em frente, trava tarde e a más horas, subindo pela roda traseira do Mercedes n.º 44. Enfim… Vamos ter de aguardar pelos próximos episódios, novamente…
Yuki volta a colocar a Red Bull em ‘checo’ apesar da boa corrida do mexicano e também de Russell
Estes primeiros 13 Grandes Prémios da temporada trouxeram-nos uma certeza, Yuki Tsunoda evoluiu bastante e está um piloto fiável que consegue fazer coisas – com um monolugar modesto – que impressionam mesmo. Aliás, vai dando dores de cabeça aos responsáveis da casa-mãe, a Red Bull, pois o piloto da V-card tem somado pontos com força, ao contrário de um tal de Sérgio Pérez. O nipónico conseguiu dois pontos com o nono lugar e mais uma demonstração de perícia e execução. Ainda uma palavra para o décimo posto de Lance Stroll que voltou a bater o seu companheiro de equipa, um ‘desconhecido’ Fernando Alonso.
Analisando o top-10, em que Charles Leclerc, com o 4.º posto, também merece as já habituais menções honrosas, as restantes têm de ser para Sérgio Pérez e para George Russell. O mexicano da Red Bull bateu na Q1, no sábado, e arrancou da 16.ª posição. No domingo conseguiu fazer o que há muito não fazia e deu seis pontos à sua equipa com a sétima posição, nuns excelentes nove lugares ganhos ao longo do Grande Prémio.
George Russell fez algo de muito semelhante, pois arrancou da 17.ª posição e terminou em oitavo, sendo que ainda conseguiu acrescentar mais um ponto para a Mercedes ao ter feito a volta mais rápida, tal como referi acima. Só mais uma palavra para uns tais 200 pódios na carreira, de um tal Sir Lewis Hamilton que não se cansa de competir e de demonstrar que é um dos melhores pilotos que esta modalidade já viu… Podem bater palmas!!!