Monza é a catedral dos tiffosi e, por isso, a ‘casa’ da Ferrari e nada melhor que uma vitória do ‘Cavalino Rompante’ para animar o fim-de-semana e também os mundiais, essencialmente, o de Construtores. Charles Leclerc venceu o 16.º Grande Prémio da temporada de Fórmula 1 e o que mais surpreendeu foi mesmo a estratégia da equipa ter funcionado na perfeição. Atentem bem às seguintes imagens, para perceberem como é diferente uma vitória da Ferrari em Itália, especificamente, em Monza.
A ‘scuderia’ optou por fazer apenas uma paragem, depois de perceber que Leclerc iria ficar sozinho na frente, com uma boa margem e que o seu monolugar não estava a desgastar tanto os pneus duros, especialmente, com o carro na frente e no ar limpo. Isto porque fez o mesmo com Carlos Sainz, também acabou por resultar, que ficou no 4.º posto, depois de ter arrancado de quinto, mas claramente os seus pneus já não davam para mais. O piloto espanhol não conseguiu suster o ataque final de ambos os McLaren que foram 2.º e 3.º.
McLaren adormeceu e ficou sem a vitória
Depois de terem garantido a primeira linha da grelha, com Lando Norris na pole-position e Oscar Piastri na 2.ª posição, mais uma vez, a equipa britânica não conseguiu capitalizar um triunfo, estando nas condições ideais para o fazer. O arranque deixou logo a entender que a coisa podia complicar para os ‘papaia’. Lando voltou a claudicar, pois o seu companheiro reagiu melhor ao apagar dos semáforos, mas lá conseguiu manter-se na frente. No entanto, durou pouco tempo, pois na primeira chicane, o australiano fez uma manobra espetacular para levar a melhor perante o monolugar n.º 4. Ora vejam…
Norris ainda conseguiu perder posição para Leclerc e caiu para terceiro. Piastri, tendo o melhor carro nesta altura, estava lançado para o triunfo e o britânico tinha capacidade para ultrapassar o monegasco da Ferrari, mas não executaram a corrida da melhor forma, novamente… No final, bem tentaram chegar-se perto e a verdade é que o australiano terminou a apenas 2,6 segundos de Charles Leclerc. Lando Norris voltou a perder uma oportunidade de se aproximar e assustar Max Verstappen na liderança do Mundial de Pilotos. Claro que se aproximou, pois o Red Bull n.º 1 não conseguiu melhor que um sexto lugar e Norris ainda somou o ponto da melhor volta, outra vez, na última volta da prova (WOW), mas que podia ter sido bem melhor, podia…
Mundial de Construtores está quentinho e não é só entre duas equipas
Enquanto no Mundial de Pilotos as aproximações vão sendo feitas muito devagarinho, nem parece que estamos na Fórmula 1, no Mundial de Construtores a coisa está bem diferente e a coisa aqueceu e de que maneira. Com o 6.º e 7.º lugares da Red Bull e os pódios da McLaren, a diferença está, agora, em somente oito pontos a favor da equipa de bebidas energéticas. Assumo já aqui, em Baku (Azerbaijão), a marca britânica está na liderança.
Mas, a luta não vai limitar-se a duas equipas, pois vem aí uma ‘scuderia’ de rompante (estes trocadilhos…), pois a Ferrari mantém-se no terceiro, mas o triunfo de Leclerc e o 4.º lugar de Sainz fizeram com que a marca italiana esteja a 31 e 39 pontos para as duas da frente, nada de especial e completamente ao alcance. A estratégia e competitividade demonstradas em Monza fazem com os ‘tiffosi’ sonhem…
Claro que também temos de falar da Haas que somou um pontinho, em Monza (mas, já me alongo mais sobre isso, porque há novidades), e vai aproximando-se da V-card que parece estar a perder gás, nomeadamente, Yuki Tsunoda, pois nas últimas corridas Daniel Ricciardo tem batido o japonês consecutivamente.
Corridão e castigo para Magnussen em mais uma demonstração de valor de Alex Albon e do estreante
A Haas está a subir de forma e aponta ao sexto lugar no Mundial de Construtores e o pontinho, em Monza, foi assegurado por Kevin Magnussen que fez uma excelente corrida, na qual voltou a ser penalizado. Este desaire vai deixar o piloto dinamarquês de fora do GP do Azerbaijão daqui a duas semanas, sendo que podemos voltar a ter Oliver Bearman na grelha em 2024, sabendo que é o britânico que vai assumir, precisamente, este posto em 2025.
Mas, ainda há mais destaques a fazer e o seguinte tem de ir para a, igualmente, subida de forma da Williams (com Carlos Sainz a esboçar um sorrisinho). Alex Albon é perito em extrair tudo e mais alguma coisa do modesto monolugar da marca britânica e somou mais dois pontos, com um espetacular 9.º lugar.
No entanto, a maior salva de palmas do GP de Itália vai para o estreante Franco Colapinto que vai substituir Logan Sargeant, até ao final da temporada, na Williams. O novato argentino fez uma corrida muito tranquila e consistente, apesar de ter assustado com uma saída de pista nos treinos. Colapinto foi mesmo o piloto que mais posições subiu, pois arrancou do 18.º posto e terminou na 12.ª posição, à frente do experiente Daniel Ricciardo e atrás do ainda mais experiente Fernando Alonso que desta vez não conseguiu chegar aos pontos.