Ao segundo Grande Prémio da temporada voltamos a ter 1-2 para a Red Bull e um Ferrari na 3.ª posição, só que desta feita foi o de Charles Leclerc. Uma corrida completamente controlada pelos homens da marca austríaca que mais uma vez dão provas de que a temporada de 2024, no que aos primeiros lugares (mundial de pilotos e de construtores) diz respeito não vai ter muita história para contar. Mas, como é habitual vamos ao que há para contar!
Uma estreia inesperada na Fórmula 1 e por vários motivos. Oliver Bearman fez a sua primeira corrida de sempre ao volante de um monolugar da categoria rainha do automobilismo mundial. Ele que compete em Fórmula 2 e que até tinha assegurado a pole-position para este Grande Prémio da Arábia Saudita. Pois bem, devido a uma apendicite de Carlos Sainz Jr., o jovem piloto britânico foi chamado pela Ferrari para realizar o terceiro treino livre, a qualificação e, claro está, a corrida. Uma escolha audaz da marca italiana, mas que não teve propriamente outro remédio, pois não ‘convocou’ os seus pilotos de reserva Antonio Giovinazzi e Robert Shwartzman para esta segunda prova do campeonato do Mundo de F1. Amadorismo? Confiança em Bearman?
A confiança em Bearman parece inegável, no entanto e como já referi, muito provavelmente (até porque tinha assegurado a pole-position) custaram pontos preciosos para o jovem piloto na sua categoria (F2). Bom, em notas mais felizes, o britânico de apenas 18 anos estreou-se na Fórmula 1 e cumpriu o seu papel sem sobressaltos, terminando o GP Arábia Saudita no sétimo posto e somando seis pontos no mundial de pilotos que o colocam na 10.ª posição, logo atrás, imagine-se só, de sir Lewis Hamilton – que só tem sete títulos mundiais.
Oliver Bearman tornou-se no terceiro piloto mais jovem a estrear-se na Fórmula 1, sendo que os mais novos foram Lance Stroll (que terminou este GP no muro) e Max Verstappen (que todos sabemos onde acabou este GP…). Mas, o piloto britânico exibiu-se a grande nível e o seu futuro na principal categoria, aparentemente, é risonho.
Estratégias: umas más, outras Haas!
A Fórmula 1 é, obviamente, um desporto de equipa, apesar de cada piloto ser responsável por fazer o melhor possível no seu respetivo monolugar. Tal como a perícia, seja de pilotagem, de engenharia ou as duas combinadas, também a estratégia tem um papel preponderante em cada Grande Prémio e no da Arábia Saudita assistimos a dois planos diferentes de execução: um com sucesso, o outro nem por isso.
Começando pelo caso de sucesso e falo, claro está, da Haas (isso mesmo, não é brincadeira) que se tornou na primeira equipa do designado segundo pelotão (para além da Red Bull, Ferrari, Mercedes, McLaren e Aston Martin) a assegurar o primeiro ponto, estando assim, consequentemente, no sexto lugar do mundial de construtores. Nico Hulkenberg conseguiu o 10.º lugar no GP Arábia Saudita, mas para além da sua boa condução, também contou com a preciosa ajuda da sua equipa. O seu companheiro Kevin Magnussen envolveu-se numa série de incidentes e saídas dos limites de pista, tendo sido bombardeado com penalizações, por isso, na hora de apostar, o novo chefe de equipa Ayao Komatsu (o tal que substituiu Gunther Steiner) teve uma decisão espetacular. Com Nico na 10 .ª posição e ainda sem ter parado nas boxes, Komatsu foi indicando a Magnussen (11.º, mas que iria, tal como aconteceu descer posições, mesmo assim terminou em 12.º) que atrasasse o pequeno comboio que vinha atrás de si, de forma a que Hulkenberg ganhasse vantagem suficiente para trocar pneus e não perder a posição em pista. A estratégia foi bem sucedida (Chapéu retirado!).
Mas, como também acontece em várias ocasiões, há outras estratégias que não resultam tão bem. Sendo uma corrida para apenas uma paragem nas boxes (sempre o mínimo obrigatório) e com a pouca degradação dos pneus a que se foi assistindo nos treinos livres, um safety car seria ouro sobre azul para manter posições. Pois bem, pela volta 18 Lance Stroll bateu, enfiando-se numa parede de espuma e a grande maioria dos pilotos foram trocar os pneus médios pelos duros, mantendo as posições e levando esses pneus até ao fim.
Pois bem, três deles não receberam instruções das respetivas equipas para entrarem. Nico Hulkenberg que depois conseguiu sair ‘vencedor’ dessa aposta. Mas, também Lando Norris e Lewis Hamilton. De antemão compreende-se que em busca do pódio, quer McLaren, quer Mercedes, procurassem estratégias diferentes para os dois pilotos, mas não resultaram. Ao deixarem os pilotos em pista, as equipas apostaram tudo num novo safety car e na perspetiva de alguém falhar a entrada a tempo nas boxes. Não aconteceu e Norris foi oitavo, com Hamilton em nono. A McLaren ainda salvou qualquer coisinha com o 4.º lugar do cada vez mais valor seguro Oscar Piastri, sendo que a Mercedes ficou mais aquém, pois George Russell foi apenas sexto. No meio destes dois ficou um tal piloto que mesmo sem ritmo e com as previsões contra ele e a sua equipa conseguiu segurar os dez pontos da quinta posição. Um rapaz novo de 42 anos, um tal de Fernando Alonso (mais um chapéu retirado!).