Esta moda da “last dance” aborrece-me. Tudo que é campeão e grande personalidade desportiva tem que marcar uma última dança, seja com a equipa que o fez brilhar ou defrontando aquele (!) rival. Tudo muito bonito mas tudo muito errado. Isto das últimas danças vale menos que a última refeição de um condenado no corredor da morte. Porque ou esse atleta, de facto, falece, ou então a vontade de voltar a dançar acaba quase sempre por vir ao de cima…
Isto vem a propósito de mais um embate agendado entre Cristiano Ronaldo e Messi. Para começar, a última dança entre os dois já foi anunciado há um ano, curiosamente para o mesmo torneio que agora promove nova dança. Depois, uma dança num amigável nunca será aquilo que estes dois representam.
Por isso, senhores do futebol, se querem promover um último jogo entre estes monstros do futebol façam-no como deve ser, é colocar os dois numa mesma competição (oficial) e deixar o calendário competitivo agendar os bailados. Até porque, convém dizer, a única ideia correta das “últimas danças” tem mais a ver com a idade das pessoas do que pelo valor da performance.
Para quem gosta do jogo bem disputado a última dança de Cristiano e Messi já se disputou. Foi na época 2020/2021, na fase de grupos da UEFA Champions League. Ronaldo falhou o primeiro embate, e o Barcelona venceu a Juventus 2-0, em Turim. No Camp Nou, Ronaldo despediu-se da melhor forma, marcando por duas vezes na vitória por 3-0.
Essa, senhores, foi a última dança. E Ronaldo afirmou: “Compartilhámos os últimos 12-13 anos das nossas vidas (…) As pessoas falam da nossa rivalidade, mas para mim é sempre um prazer enfrentá-lo”.